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Acupuntura para combater o Parkinson

Algumas terapias alternativas têm mais ou menos evidência científica, mas mais do que uma opção, são medidas que complementam o trabalho médico no tratamento do Parkinson.



No caso da acupuntura, uma técnica terapêutica na medicina tradicional chinesa, estudos sugerem que pode ajudar a melhorar alguns sintomas motores e não motores.


Composta por estimulação de pontos específicos sobre a pele através de agulhas de aço inoxidável para causar respostas biológicas, o método tem sido amplamente utilizado com grande eficácia. A maioria das pessoas relatam que não sentem dores, mas outras dizem que sentem um leve incômodo com a picada da agulha, como se fosse uma injeção.


A acupuntura tem os seguintes benefícios no tratamento da doença:


Reduz os sinais e sintomas da doença;Melhora as funções motoras (tremor, rigidez);Melhora os sintomas não motores (estresse, humor, sono, apetite);Reduz a necessidade de medicação e minimiza os efeitos colaterais;Retarda a progressão da doença, aumentando os níveis de dopamina;Reduz os danos e a morte dos neurônios;Aumenta os níveis de ciclofilina;Potencializa os sistemas antioxidantes.


BENEFÍCIOS DA ACUPUNTURA NO PARKINSON


Os acometimentos dos neurônios dopaminérgicos do SNC têm sido alvo de intensa investigação pela medicina ocidental, porém, ainda não é possível impedir a evolução da doença.


A utilização de métodos complementares tem crescido e incorporados no tratamento destes pacientes, visando o controle dos sinais e sintomas. (MARCUCCI, 2007)


A acupuntura tem sido utilizada como tratamento complementar da Doença de Parkinson para o alívio dos sintomas. Estudos indicam potenciais benefícios da acupuntura principalmente na motricidade, no sono, na qualidade de vida e nos efeitos colaterais dos medicamentos. (LOKK, 2000)


Recentemente, tem sido demonstrado que a acupuntura possui efeitos neurotróficos e neuroprotetores sobre várias condições patológicas, principalmente na região do hipocampo de ratos após indução de stress por imobilização. (Yun et al, 2002)


Além dos efeitos neurotróficos e de neuroproteção, a acupuntura regula e normaliza as funções orgânicas. As diversas funções no homem são inter-relacionadas e se há algum distúrbio alterando, ocorre a manifestação dos sintomas e a doença se estabelece. O estímulo pela acupuntura pode dinamizar e restabelecer a função dos Zang Fu e aliviar e recuperar os sintomas. (KINDSON, 2006)


A utilização da acupuntura sistêmica, utilizando pontos de sedação para extinguir vento e pontos de tonificação de sangue, principalmente sangue do Fígado, deve ser empregada a fim de produzir uma estimulação moderada. Deve rotacionar as agulhas continuamente após a inserção até que o tremor seja aliviado e mantê-las por 20 a 30 min. (JUNYING, 1996)


O tratamento pela craniopuntura tem se tornado um tratamento eficaz para a redução do tremor destes pacientes. A inserção de agulhas no crânio mostra-se um mecanismo adicional, devido à ação em determinados pontos para retirar vento interno. (YAMAMUDA, 2001)


Apesar da falta de dados conclusivos sobre a efetividade dos benefícios da acupuntura na Doença de Parkinson, estudos indicam que a acupuntura é tratamento complementar, visando uma melhora dos sintomas e da qualidade de vida destes pacientes. No entanto, precisa-se de novos estudos para esclarecer os mecanismos fisiológicos e terapêuticos da acupuntura e como esta pode influenciar no tratamento e nos comportamentos neuronais em doenças neurodegenerativas. (MARCUCCI, 2007)


ACUPONTOS


Alguns estudos vêm se intensificando para comprovar sobre a utilização de certos pontos para a melhora de sinais e sintomas da Doença de Parkinson. Para JUNYING (1996), devem utilizar como pontos principais o VG20(Baihui), VG14 (Dazhui), VB20 (Fengchi), IG4 (Hegu) e F3 (Taichong) e para pontos complementares: tremor de membros superiores IG11 (Quchi), TA5 (Waiguan), tremor de membros inferiores; VB34(Yanglingqan), VB9 (Xuanzhong).


Para Yeo (2014), a utilização do ponto VB34 é um ponto específico para a função motora. Segundo seu estudo, foram selecionados 12 pacientes com Doença de Parkinson, sendo estimulados neste ponto com utilização de agulhas e comprovados a ativação cerebral através de ressonância magnética. Comparando com 12 pacientes saudáveis, verificou que a acupuntura neste ponto ativa o córtex pré-frontal, giro pré-central e putâmen, áreas motoras prejudicadas pela doença.


Para Park (2011), a utilização do ponto VB 34 aumentou a liberação da dopamina, que por sua vez levou o seu amento na fenda sináptica, contribuindo para melhora do desempenho motor.


As possibilidades de êxito do tratamento se relacionam com o melhor prognóstico, o estado do paciente ao iniciar o tratamento, o estado atual da doença, a idade, o nível de dependência de medicamentos e o estilo de vida do paciente. (RODRIGUEZ, 2002)

Segundo Maciocia (2009), devem utilizar método de sedação nos pontos que extinguem vento e tonificação nos pontos que nutrem o sangue do Fígado. A moxa é aplicável em B17. Devem utilizar os seguintes pontos: F3 e VB20 para extinguir vento, IG4 ajuda a dominar Yang e assim extinguir vento. Os pontos BP6, E36, F8 e R3 nutrem o sangue do Fígado e REN4 e B17 nutrem o sangue.


Shulman et al (2002), realizaram um estudo não-controlado sobre os efeitos e tolerabilidade da acupuntura em 20 pacientes com DP. Os pacientes receberam entre 10 a 16 sessões durante 5 a 8 semanas. Os pontos utilizados foram: IG4, VB34, E36, R3, R7, BP6, ID3 e TA5. Neste período não foram observados melhora na deambulação ou no comportamento emocional, porém 85% relatarm melhora subjetiva no sono, descanso, tremor, escrita, depressão e bradicinesia.


De acordo com a síndrome principal podemos delimitar os pontos, se caso a doença for causa de insuficiência de Qi y Sangue, podemos usar o E36, B6, REN4, VB17, nos casos de insuficiência de yin do Fígado e ou Rim, utilizamos Ren4, R3, B6. (RODRIGUEZ, 2002)

Assim, podemos verificar que alguns pontos em comum são utilizados para a retirada de vento interior. Lian et al (2012) descreve o F3 e VB20, como ponto que dispersa o vento e acalma o fígado. O ponto VB34 como ponto descongestiona o fígado, estimula a vesícula biliar e torna os tendões mais flexíveis. O ponto E36 serve para fortalecer o corpo com efeitos profiláticos e imunológicos, o F8 para nutrir o sangue e regular o fígado, o ponto R3 para enriquecer o yin e acalmar o fígado. Já o BP6 tem como função fortalecer o baço, restaura o equilíbrio do Yin e do sangue, fígado e rim. O B17 serve para repor o sangue e alivia a dor, a moxa é utilizável neste caso para nutrir o sangue.



METODOLOGIA


O presente artigo tem como base a revisão bibliográfica, foi realizado por meio de estudos de Artigos publicados e produção científica em bancos de dados oficiais, como Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), MEDLINE, SciELO, PUBMED,


Arquivos de Neurologia, em revista científicas, livros relacionados ao tema da pesquisa. O objetivo foi descrever os benefícios da acupuntura na Doença de Parkinson, visando um melhor tratamento com acupuntura sistêmica baseado na ação energética dos pontos e buscando conhecer o grau de comprometimento motor causado pelos tremores nas atividades diárias e na qualidade de vida de paciente com DP.


O protocolo de tratamento foi elaborado por indicação de tratamento nas bibliografias pesquisadas, onde cada ponto foi selecionado de acordo com sua ação energética e a correlação entre si da ação em conjunto no tratamento da manifestação, focando os sintomas e objetivando tratar e as manifestações.


Apesar das dificuldades de encontrar publicações e provar o seu valor terapêutico com o suficiente rigor científico, o crescimento pela procura de terapias alternativas para o tratamento da Doença de Parkinson tem despertado interesse mundial para novos estudos neste ramo.

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